Ser chamado de louco nunca foi uma grande novidade para mim... Com o passar do tempo até me acostumei. Sobretudo porque concordo na maioria das vezes. Diante de todas as loucuras, a “criação” de outras personalidades é sem dúvida a mais louca de todas as loucuras, beirando o transtorno dissociativo de identidade ou, como diria a maioria, a total esquizofrenia. Contudo há controvérsias: a gêneses da Trinca de Va(le)tes tem explicação prosaica, lógica e até divertida. Aguiar e Sousa são os sobrenomes dos meus pais. Então com o prenome Vital e um santo no meio, fui batizado como Vital Antonio de Sousa: esqueceram o acento do Antônio e o sobrenome Aguiar. Com o tempo, para economizar tinta e tempo, apenas, Vital Sousa. Portanto, eu sou Vital, Vital Sousa, este que vos escreve no momento, supostamente o líder, o primeiro dos três loucos, já que, para mim, apenas, um não bastaria. Escrevo poesias desde os meus doze anos. No início era apenas dever de casa das aulas de literatu
A primeira revelação, necessária, para explicar estes fatos eu ficarei devendo, simplesmente, porque não tenho a menor ideia como tudo, realmente, aconteceu. A segunda revelação é sobre o fato de nunca ter contado esta história para ninguém... Não contei porque, inexplicavelmente, eu não lembrava... Até esta manhã, véspera de natal de 2.019, quando acordei, num sobressalto, com um barulho na minha janela... Era um beija-flor preto: um Florisuga Fusca , que esgrimia com o seu bico contra a vidraça, fazendo um barulho que parecia com Código Morse... Esfreguei os olhos, me espreguicei, pensando que era um sonho, enquanto o barulho intermitente continuava. Levantei, fui até a janela e olhei para aquela cena inusitada: um beija-flor esgrimindo com o seu reflexo... Bem, este foi o meu primeiro pensamento sobre o fato. Num dado momento, nossos olhos se cruzaram e eu tive a certeza de que ele olhava para mim. Fato confirmado porque ele parou de esgrimir olhou, fixamente, pa